quarta-feira, 20 de julho de 2011

Homenagem ao Sensei Tomeji Ito

Estava dando aulas ontem dia 19/07/2011 quando recebia a triste ligação de meu irmão Marcelo avisando-me do triste fato abaixo:

Faleceu no dia 19/07/2011 o Shihan  SenseiTomeji Ito 8º dan de Karate Shotokan , nosso amigo, amigo de meu falecido mestre sensei Akira Tsukimoto.
Aqui ficam registrado nossos sentimentos e condolências a seus familiares, alunos e amigos



 Sensei Ito nos cedeu a sede do Butokukai para podermos continuarmos nossos treinos enquanto nosso mestre estava no Japão e por lá ficamos por mais de 4 anos treinando forte e mantendo viva a chama ,  Sensei Ito treinou meu Irmão Marcelo Haafeld em Karate Budo sempre dando enfase ao Karate Marcial e Filosofico que ele aprendeu de Harada sensei e de seus Mestres. Sensei Ito  muito contribui para manter vivo o Shinto Ryu no Brasil , foi muito amigo de Yoshimatsu sensei e dele recebeu um bokuto de presente feito a mão pelo Grande mestre de Shinto Ryu e introdutor da arte no Brasil, este bokuto foi me presenteado pelo próprio sensei Ito e esta guardado com muito carinho onde raramente o uso para manter o Ki vivo.
Era um homem simples, humilde, forte, com muito conhecimento e sabedoria, cercado de seus amados alunos e amigos, fez do Budo a busca de sua vida, tinha varios títulos e condecorações, todas voltadas ao desenvolvimento humano e ensino.
Foi amigo pessoal de minha Família além de um grande mestre onde me consultei varias vezes na ausência de Tsukimoto sensei,  sempre teve uma visão simples e direta da vida e de como devemos seguir em nossa caminhada neste mundo  de dores e alegrias.

Eu mesmo sempre o inclui nos agradecimentos em minha Obra Coleção Budo e Bujutsu, em todos os CD ROM que já mandei para o Brasil inteiro e para outros Países no Exterior como Portugal, Espanha, EUA, Inglaterra, Japão e Australia, fiz correr o bom nome do Sensei e seus Ensinamentos Espirituais que a mim fizeram sempre o bem., o Sensei Ito era Bonzo Budista e tinha um largo conhecimento das tradições espirituais japonesas,  foram horas e horas de grandes conversas.
Meu Irmão Marcelo, era seu aluno direto e recebeu por anos seus preciosos ensinamentos e tenho certeza que o Sensei Ito viverá sempre em seu coração e ensinamentos.


Sensei  Ito esteja o senhor no Trono de Lotus ou nos Braços do Amado Jesus, que a Luz Divina esteja com o senhor e que o senhor e todos os mestres que já passaram pelo Shinto Ryu sejam nossa luz e guia.
Fique em Paz
Honto ni Domo Arigato Gozaemashita,
OSS

Assinado todos os Alunos e Mestres do Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Ha

para detalhes e biografia do sensei entre no link de sua organização abaixo

http://www.butokukai.com.br/sensei_int.html



Gasho


quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Legado dos Monges Guerreiros Sohei e Yamabushi em Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Ha



O Legado Dos Sohei e Yamabushis em Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tuskimoto Ha:

SHUGENDO

修験道



Dyo Fudo Myo o guardião das portas do Reino Inferior, proteção dos Justos contra os Demônios da Mente e do Espirito.







No Shinto Ryu temos um forte legado dos Monges Guerreiros Antigos do Japão, diversos Katas de Lança Yari, Naginata, Bojutsu e formas de combate corpo a corpo como o Taijutsu e Taikyoku Ken tem raízes da transmissão de segredos marciais destes incríveis Guerreiros.

Adorados pelas pessoas simples, odiados pela Aristocracia e Gorverno Militar (Shogunato), os Sohei e os Yamabushi eram uma força religiosa para salvaguardar o povo e suas antigas Tradições.



Sensei Adriano em Rei com Naginata Shinto Ryu no Ocidente criou-se o mito de que o Naginata é uma arma feminina, isso é um engano devido a arte ter se popularizado no fim da Era Edo entre as mulheres usando um Naginata leve de bambu, mas um Shinken Naginata pesa entre 3 a 5 kilos e não é uma arma leve para mulheres.




Os Yamabushis e seus similares Sohei e as Mikkos:



Ferozes guerreiros montanheses, acostumados a viver em locais inóspitos, a passarem por severas privações devido a seu modo de vida peculiar , o Shugen. (pessoa purificada, pureza de ação). Misto de monges e guerreiros, famosos pela utilização de conhecimentos esotéricos ocultos, dominarem as forças da mente, do espírito e da natureza, a história antiga do Japão é repleta de relatos de tais guerreiros, vistos como paladinos por uns, como bandoleiros anarquistas por outros, mas sempre cercada de alto mistério.

São também chamados de Shugen-sha ou Adeptos da Purificação ou Kensha – Adeptos da Magia.

Depois deles as tradições marciais do Japão nunca mais seriam as mesmas, varias escolas tradicionais tem suas ligações com estes adeptos, o próprio Kamiisumi Ise no Kami era um adepto e iniciou a tradição dos Espadachins Andarilhos (Shugyo = treinamento austero para purificação) depois seguida por Miyamoto Musashi, os Yagyu, Ito Kagehiza, Musso Gonosuke e outros tantos grandes mestres do Bujutsu Antigo e até mesmo modernos como Ueshiba Morihei do Aikido, Jigoro Kano do Judô , Funakoshi do Karate, Yamaoka Tesshu do Kendo e tantos outros que ainda percorrem os Caminhos dos Yamabushi.

O Shinto Ryu tem longa relação com os Yamabushi e os Sohei, assim como com seu credo o Shugendo, nosso estilo incorporou tais principios para adaptar em seus próprios costumes e necessidades dando origem ao Aka.

No Ocidente existe uma forma de guerreiros muito similares as organizações de Sohei e Yamabushis, eram os Cavaleiros Templarios e Teutonicos.



Cavaleiro Templario Orando antes de cumprir seu dever na Batalha, os árabes diziam que um Templário lutava contra 100 homens, Saladino o poderoso sultão que conquistou Jerusalém nas Cruzadas dizia que os Templários eram diferentes dos outros Guerreiros por causa de sua Espiritualidade Poderosa!



Avanço dos Cavaleiros Teutonicos  







Suas lealdades geralmente convergiam para templos e altas personalidades monásticas, mas somente os adeptos genuínos sabiam onde e quem eram a sua liderança, locais de culto, etc.

Apesar de que muitos templos em determinadas Regiões do Japão terem até hoje uma forte associação a estes monges errantes, sendo inclusive rota de suas peregrinações, somente os Adeptos e iniciados dos Yamabushis conheciam os segredos de suas tradições.

A história Japonesa cita que devido a rápida proliferação do Budismo no Japão, as instituições religiosas agremiaram grande numero de adeptos por oferecerem uma “salvação” da alma e dos males que assolavam os homens nesta vida terrena, coisa que no Shintoísmo, isso nunca ficou exatamente claro.

Tais instituições religiosas acumularam diversas funções e poderes temporais junto ao Estado e dentre estas funções a de mantenedores da segurança e das fortunas dos templos, assim estava criado uma das forças marciais mais formidáveis do Japão, os Monges Guerreiros chamados Sohei e os Yamabushi.




                                Monge Guerreiro Sohei com Armadura espada e Naginata Foto era Meiji







As vestes do monge guerreiro (soken) variavam de acordo com o tipo de ordem monástica, mas no geral elas continham:

zukin = capuz

goso kesa = faixa ornamental no ombro

motsuke kuro= kimono externo preto

sekitai obi= corda enrolada na cintura

kakuribakama= calça tipo hakama

shiro habaki = protetor de canela de tecido forrado

A espada é chamada de Kawa Tsutsumi.

Eles calçavam gueta jika ou waraji de palha.




Sua origem está, como já vimos anteriormente em diversos grupos sociais, em primeiro lugar nos devotos, em segundo nos campos e sociedade dos clãs do Jizamurais, em terceiro lugar nos guerreiros banidos, desvalidos.




No caso dos Sohei, o objetivo maior era servir a um templo ou ordem budista, já no caso dos Yamabushi, sua sociedade era mais dispersa, as vezes a serviço de um templo ou ordem budista ou shintoista abstrata, as vezes a serviço de seu clã ou as vezes a seu próprio serviço como por exemplo, caso um determinado líder fosse derrotado, seus guerreiros dispersavam-se como monges itinerantes das montanhas com o objetivo de se esconder ,mas ao mesmo tempo purificar suas forças para poder retornar e obter a revanche.

É notória a ligação dos Yamabushi com os povos simples e antigos, com os índios Ainus, Tankas, Sankas assim com os pobres e desvalidos, oprimidos pelo Estado Guerreiro.






Kakuzenbou Inei o Grande Mestre do Hozoin Ryu guardou o legado dos Sohei no período Edo







Com a introdução do Budismo no Japão e a sua rápida expansão por todas as camadas sociais, não tardou para que a corrupção e a sede do poder tornassem os templos verdadeiras Cidades Estados com o acúmulo de Riquezas onde Sumo Sacerdotes rivalizavam poderes temporais com o Imperador e Senhores da Guerra Locais (Shoen).







Sensei Adriano em Sohei Bujutsu Naginata Shinto ryu Tori Urá no Kamae




Abaixo segue um relato de Soheis em luta:

O ano era 1180, e os ventos da guerra assolavam o Japão. Dois clãs, os Minamotos e os Tairas, dividiam o país entre si. Porém, na sufocante manhã de 23 de junho, os rivais dividiam também o espaço na longa ponte de Uji, na província de Iga, cada um postado de um lado. Há dias os Tairas perseguiam o exército dos Minamotos, que já estava prestes a capitular, e agora bastava apenas atravessar a ponte para exterminar seus inimigos. A vitória dos Tairas parecia fácil e rápida, mas havia um problema.

Escoltando os Minamotos estavam monges budistas do Templo de Midori, próximo a Kyoto. Acontece que eles não eram simples religiosos nem defenderiam seus protegidos com rezas e meditação. Tratava-se dos lendários sohei: monges guerreiros especialistas em artes marciais e exímios lutadores em vários tipos de armas. Assim, de posse de suas temíveis naginatas, espadas afiadíssimas com longos cabos de madeira, os sohei postaram-se no meio da ponte e calmamente aguardaram a investida dos Tairas.

Então, como uma grande onda, veio o ataque. Foi nesse momento que, segundo a obra clássica Heike Monogatari (A História de Heike), escrita no século 13, os monges demonstraram sua técnica insuperável. A frente dos companheiros, Gochin No Tajima empunhou sua naginata e barrou a passagem dos guerrreiros Tairas, que, intimidados, não ousavam avançar. Preferiram descarregar uma chuva de flechas. Sem se perturbar, Tajima abaixava, pulava e desviava de cada uma das setas dirigidas a ele. E se a flecha vinha certeira, ele simplesmente girava sua espada e a cortava ao meio.

Diante da resistência, o ataque ficou ainda mais feroz. Sim, mas desta vez outro monge, Tsutsui Jomyo Meishu, um mestre no arco, assumiu a defesa da ponte e "disparou suas 24 flechas como um raio, matando 12 e ferindo outros 11". Em seguida avançou com sua naginata para cima dos inimigos, derrubando vários oponentes, até que a arma se quebrou. Impassível, sacou outra espada e mais nove inimigos foram ceifados antes de a nova arma ficar inutilizada. Só lhe restava agora um pequeno punhal, com o qual lutou até ser obrigado a retomar às fileiras.

E para desgraça dos Tairas, foi imediatamente substituído por Ichirai Hoshi, que realizou outros prodígios antes de cair sem vida. A batalha prosseguiu por horas. Quando já caía a noite, porém, a esmagadora superioridade numérica dos Tairas conseguiu impor sua vitória. Mas o ato de coragem, auto-sacrifício e suprema abnegação dos monges de Midori correu o Japão. E virou história.






Estatua de Benkei em Kyoto




Musashibo Benkei o monge guerreiro perfeito:

Benkei é tido como o verdadeiro arquétipo dos dos Monges Guerreiros . Originalmente, Benkei fazia parte da tradicional comunidade de Enryakuji, no Monte Hiei, mas foi expulso por seu comportamento as vezes tido como insobordinado. Então, decidiu se isolar, transformando sua casa em uma hermida.Benkai tinha o habito de colecionar espadas de samurais que ele derrotava em suas longas caminhadas por Kyoto.




Foi fiel companheiro e amigo inseparável de Minamoto no Yoshitsune o maior guerreiro do Japão do Século XII, (Yoshitsune será alvo de um artigo só para ele devido a sua importância no estabelecimentos dos Ryu Ha tradicionais de Artes Marciais Esotéricas no Japão).

Um dia, porém, Benkei pôde demonstrar a honra que todos pensavam que não tinha. Em 1189. Durante o cerco produzido pelo Irmão de Yoshitsune, o então futuro Shogun Minamoto no Yoritomo , sendo as forças de Yoshitsune e Benkai derrotadas pela traição de Yoritomo, Yoshitsune precisava de paz para poder realizar dignamente seu seppuku, o suicídio ritual. Foi Benkei quem lhe garantiu o tempo necessário que Yoshitsune precisava: com sua feroz naginata em punho, repeliu todos os inimigos do general matando diversos samurais . Tendo seu corpo e armadura atingido por dezenas de flechas , Benkei permaneceu em pé matando quem se aproximava do portão da Residencia de Yoshitsune então cercada pelos inimigos vitoriosos. Os Samurais inimigos de Yoritomo não ousaram mais se aproximar pois acreditavam estarem diante de um ser sobrenatural pois Benkai não caia. Finalmente, um deles reparou no inimaginável: Benkei já estava morto, mas permanecera de pé. Uma versão diz que ele riu mesmo desfalecendo e disse "Vocês escória traidora, Meu senhor Yoshitsune já partiu para a Terra Pura, eu Benkai já não preciso mais matar seus corpos inúteis, deixo este mundo com meu dever cumprido enquanto a vocês deixo minha maldição!"

Curiosamente o Shogunato de Yoritomo foi um desastre.







Treinamento   em Kurama  Yama Japão, Take Kiri - os monges guerreiros tem de cortar grossos bambus com Tanto ou machetes de cozinha, isso fortalece o Espirito e treina o corte com profundidade mortal!



O cotidiano dos monges era regido por extrema disciplina. Irmão Gaspar Vilela, um missionário jesuíta que visitou as instalações de um dos templos, em 1570, descreveu os monges guerreiros como sendo "muito parecidos com os Cavaleiros de Rodes" (denominação posterior da Ordem dos Hospitalários, que defendeu a Ilha de Rodes, na Grécia, com unhas e dentes, contra o sultão Suleiman em 1522). Para ele, os monges "eram devotados e preparados para lutar por sua fé". Segundo afirmou, a alimentação dos sohei obedecia aos princípios da moderação.



Geralmente, os monges comiam apenas uma ou duas vezes por dia, e o cardápio básico consistia de pequenas porções de arroz, peixe, vegetais, algas marinhas ou frutas. De vez em quando, a refeição era acrescida de carne de veado, de javali ou de pássaros. O jesuíta também deixou relatos sobre o treinamento diário dos sohei. Além das tradicionais obrigações religiosas e comunitárias, cada monge tinha que preparar de cinco a sete flechas por dia, além de tomar parte em competições com o arco ao menos uma vez por semana.




Seus elmos, armaduras e lanças eram assustadoramente resistentes, e "suas afiadíssimas espadas podiam facilmente cortar um homem em dois, mesmo que ele estivesse utilizando armadura", O treinamento diário era severo, "e a morte ocasional de algum deles durante a prática era aceita sem nenhuma emoção", atestou o jesuíta. Mas um aspecto considerado chocante por Vilela foi constatar que, ao contrário da doutrina monástica ocidental, os sacerdotes guerreiros tinham acesso a bebida - não abriam mão de doses de saquê -, mulheres e música.



Armadura Yamabushi e Sohei com Naginata BisenTo




Após a destruição dos templos pelo então perseguidor Oda Nobunaga em 1560, as ordens Sohei dispersaram seus efetivos em formas diferentes de Monges, e se mesclaram com os Shugensha e os Yamabushi, os que se debruçam nas montanhas, guerreiros montanheses que se isolavam e agiam longe das vistas do Governo, ajudando o povo simples, pregando a libertação do homem pelo materialismo, continuando secretamente a realizar o plano da ordem de criar um reino celestial na Terra.







Yamabushi Shugen Frente e Verso





Os Yamabushis foram responsáveis por um movimento de renovação tanto do Budismo como do Shintoismo e este movimento recebeu o nome de Shugendo – O Caminho a ser percorrido pela pessoa para retornar a purificação Divina.

Falar de Shugendo é sempre complexo pois o termo abrange uma série de credos oriundos do Budismo, do Shintoismo e dos antigos Xamans do Japão e isso tudo fica por demais dificil ser estudado sem que alguém o tenha seguido para poder explicá-lo pois o Shugendo é um caminho iniciático.

O Significado do nome Shugendo:

修 Shu = Treinamento austero

験 Gen= conhecimento da arte, poderes, magia.

道 Dô = Caminho, via, forma a seguir

Sua cerimônias são fechadas e visam fazer o praticante renascer morrendo em corpo físico, mas ressurgindo em corpo espíritual, um paralelo sem igual ao cristianismo Gnostico. 

Nosso Dojo em Santos e em São Paulo em Moema continua fiel a este legado Marcial totalmente espiritual e que até nossos Dias Atuais sobreviveu como Arte Marcial e Pratica Espiritual.

Todos estão convidados a vivenciar estes conhecimentos de suma importância para quem pratica as Artes Marciais Espirituais e Guerreiras.

Para  saber um pouco mais sobre os Yamabushi e Sohei


http://jp.learnoutlive.com/the-sohei/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sohei

http://en.wikipedia.org/wiki/Yamabushi



A seguir vamos continuar a explorar este universo mistico em outros posts mais detalhados, onde aprenderemos sobre as Praticas de Ocultismo do Japão.
aguardem!



Gasho


The Alchemist

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