Aqui são estudados os 12 Katas mundialmente Praticados de Iaido como forma introdutória ao Batto Jutsu e Iaijutsu, são estudados o angulo de corte (Hasuji), Ritmo respiratório (koki Suru waza). Velocidades de Saque e embanhamento (Jou, Ha e Kyu no waza).
Kumitachi e bunnkai , aplicações em 4 niveis de proficiência (principiante, médio, avançado e profundo)
Zen Nihon Kendo Seitei Reimei Iaido - Organização de todos os estilos de IAIDO representados e reunidos.
O Iaido surgiu da arte da espada clássica utilizadas pelos SAMURAIS (iaijutsu) e consiste em um sistema de ataques e defesas simuladas manejando uma espada japonesa (KATANA). Com sua lâmina curvada característica, o Katana se tornara a primeira arma do SAMURAI e ainda representa a alma de Japão antigo. Diferente de seu primo moderno o Kendo Esportivo, um esporte de combate derivado do KENJUTSU praticado pelas escolas de KORYU, onde dois oponentes utilizando armadura (BOGU), lutam utilizando uma espada de bambu (SHINAI), especialmente projetadas para simular o KATANÁ.
O IAIDO procurou preservar as técnicas autênticas e experimentadas de defesa e contra-ataque utilizadas em batalhas e que utilizavam uma espada de metal. Eles foram formalizados em KATAS que foram retirados de diversos RYU antigos de IAIJUTSU, cada um contendo um objetivo específico, praticados sem oponentes reais (TANDOKU RENSHU), sempre começando e terminando com uma espada embainhada, possibilitando a seus praticantes, estudarem a concentração de cada aspecto sem se preocuparem a principio em ser atingidos pela espada do oponente
Embora os Kata de IAIDO na verdade consistam em um único movimento fluido e interligados, podemos a rigor distinguir quatro fases da espada que estão presentes em todos os KATAS em sua execução:
· SACAR A ESPADA E CORTANDO (NUKITSUKE)
· GOLPEAR COM AS DUAS MÃOS DE FORMA DECISIVA (KIRITUSUKE)
· LIMPAR A LÂMINA (CHIBURI)
· REEMBAINHAR A ESPADA (NO TO)
Para entendermos melhor a história do IAIDO MODERNOS devemos entender os motivos para que ele foi criado.
Após o termino da II GUERRA MUNDIAL, o Japão havia sido derrotado e ocupado pelas forças de ocupação ALIADAS (SCAP).
Um dos atos deste governo ocupante foi proibir todas as formas de manifestações marciais (inclusive as Artes Marciais), enquadrando-as como reacionárias e militaristas.
Este foi um dos motivos da criação do KENDO MODERNO, do KENDO KATA e do SEITEI IAIDO:
A CRIAÇÂO DO NIHON KENDO SEITEI REIMEI IAIDO:
Os mestres fundadores da SHINDO REIMEI (NAKAYAMA HAKUDO e OUTROS), no princípio do século já haviam, desenvolvidos um sistema de ensino que reuniam KATAS de IAIJUTSU de diversos estilos (veja o CDR CURSO DE KENJUTSU & IAIJUTSU), ESTE SISTEMA ERA CHAMADO DE SHINDEN IAIDO, mas com o desfecho desastroso para o Japão da II GERRA MUNDIAL, este sistema havia sido proibido pelas forças de ocupação, tendo então o IAI saído de cena.
Após a criação dos métodos Kendo Esportivo e do ZEN NIHON KENDO KATA, e a retirada das forças de ocupação estrangeiras, com o passar dos anos, foram observados que por só utilizarem somente o BOKUTO/BOKKEN e o SHINAI em seu treinamento, a maioria dos praticantes de Kendo Moderno estavam ficando com sérios problemas no que se referia a manejarem adequadamente uma espada de metal.
Foi então decido que se estabelecesse um estudo da mesma forma em que foram desenvolvidos o KENDO KATA.
O mestre NAKAYAMA HAKUDO encabeçou uma junta de mestres de diversos estilos de IAIJUTSU e reformulou em 1966 o já criado SHINDEN IAIDO transmitindo-o em 7 KATAS básicos (em 1980 foram incluídos mais 3 katas tendo então os 10 Katas. E finalmente em 2000 houve a inclusão de mais dois KATAS perfazendo o número atual de 12 KATAS), adotando os seguintes princípios estéticos e espirituais:
1. O SEITEI IAIDO é uma prática para o desenvolvimento da harmonia interior (WA) e do desenvolvimento do potencial humano.
2. O objetivo do estudo do SEITEI IAIDO é preservar e transmitir as futuras gerações os valores espirituais da pratica com uma espada de metal (IAITO).
3. Capacitar os praticantes de Kendo a utilizarem uma Espada em diversas posições de ataque e defesa (sentados, em pé, andando, etc), ampliando seus conceitos de ZANSHIN (espírito preventivo).
4. Facilitar o aprendizado de estilos de KORYU e difundir mundialmente a prática com espadas com o objetivo de se fazer conhecer a cultura Japonesa e os costumes do SAMURAI.
5. Aprimorar tecnicamente e espiritualmente o Kendo e seus praticantes.
Hoje existem doze KATAS que são treinados por todos os IAIDOKAS (praticantes de IAIDO) do mundo todo. Estes KATAS formam a base de seu estudo e ensino assim também como os aspectos para avaliação em EXAMES.
Os nomes e significados dos doze KATAS do ZEN NIHON KENDO SEITEI REIMEI IAIDO foram projetados por uma comissão constituída de mestres com graus de KYOSHI, HANSHI e MEIKYO KAIDEN do MUSO SHINDEN RYU, MUSO JIKIDEN EISHIN RYU, HOKI RYU e TAMIYA RYU, para possuir em sua essência:
As formas básicas de se reverenciar a espada - TOREI e as formas elegantes de se reverenciar o SHINZEN e aos praticantes e mestres.
Þ As duas maneiras básicas de sentar - SEIZA e TATE HIZA.
Þ Contra atacar em posições sentadas se deslocando em SUWARIWAZA em ZAHO.
Þ FUMIKO ASHI - Contra atacar andando em movimento.
Þ O posicionamento correto das pernas e do corpo – IAIGOSHI.
As formas básicas de se golpear com uma espada de verdade:
· NUKITSUKE (sacar golpeando horizontalmente com uma só das mãos),
· NUKIUCHI (sacar golpeando diagonalmente com uma só das mãos),
· KIRITSUKE (cortar com golpes profundos e finalizar o oponente),
· KESSAKIRI (cortar o oponente em 45°),
· MOROTE TSUKI (estocar o oponente com as duas mãos segurando no TSUKA),
· KATATE TSUKI (estocar o oponente segurando o TSUKA com uma só das mãos),
· NUKI DO (cortar o abdome do oponente com as duas mãos segurando no TASUKA),
· KESSA KIRI (cortar o oponente de cima para baixo em 45°),
· GUIYAKU KESSA (cortar o oponente de baixo para cima em 45°),
· TSUKA UCHI (golpear com o cabo de diversas formas),
· SOETE (apoiar uma das mãos na Lâmina para golpear).
· Golpear para as quatro direções básicas - MAE (FRENTE), USHIRO (A TRÁS), MIGUI (LADO DIREITO) E HIDARI (LADO ESQUERDO).
Utilizar o correto deslocamento elegante do corpo e dos pés - KARADA ASHI SABAKI.
Aprender as formas básicas de limpar a espada - O CHIBURI, YOKO CHIBURI, HIZA GUIYAKU CHIBURI e KO CHIBURI (CHIBURI pequeno).
Aprender os três ritmos básicos do IAIJUTSU - JÔO (lento), HA (rápido) e KYU (muito rápido).
Aprender a manejar a espada com segurança - TOMERU NO KEN.
Aprender a ter consciência das partes estratégicas da espada - SHINKEN NO HEIHO.
Aprender as formas básicas de NO TO – HON TE (pegada normal) e GUIYAKU TE (pegada invertida).
Utilizar conscientemente o SAYA (SAYA BIKI), puxando-o ou mantendo-o firme conforme a necessidade de cada golpe.
Controle do KOKYU (forma correta de se respirar) e acumulo de energia no SAIKA NO TANDEN (ponto situado 4 dedos abaixo do umbigo).
Desenvolver o KI do praticante e unificar o corpo com a espada.
Desenvolver a percepção extra-sensorial (KAN, HARA GUEI, METSUKE).
Atitude de ZANSHIN desde o início até o do exercício até o seu término.
Aprimorar as virtudes ensinadas pelos mestres do passado a saber - KATANA NO KOKORO.
Forjar o corpo e o espírito como se estivesse forjando uma espada - KAMI NO SHUGUIO.
Treinar para desenvolver um espírito puro, deixar DEUS habitar dentro de nós, CHI (sabedoria) JIN(benevolência), YU (coragem), MUNEN (não pensamento onde vida e morte são um, e já não prevalecem como obsessões separadas).
KATSUJIN KEN (a espada que dá e preserva a vida conquistando a vitória do bem e eliminando o ego).
SAYA NO UCHI NO KACHI - a espada só pode ser retirada da bainha por um motivo justo e para fazer o bem.
BUNBU RYO DO - a pena e a espada devem andar lado a lado, ou seja, sem o aprimoramento humano, a espada de nada serve.
São os 12 Katas normais sendo
3 Kata na forma seiza no bu:
Ipon me mae
Ni hon me Ushiro
Sanbon me uke Nagashi
1 Kata na forma Tate Hiza
Yo hon me Tsuka Ate
8 Kata na forma Tate waza
Gohon me kessa guiri
Ropon me morote zuki
Nana hon me san poo kiri
Hachi hon me Gamen Ate
Kyu hon me Soete Zuki
Jupon me Shiho giri
Ju ichi hon me Soo Guiri
Juni hon me Nuki uchi
IAIJUTSU
Sacando a Espada
Cortando a Vacuidade
No meio do Grande Fogo
Apenas a Brisa Suave do Caminho
(Sensei Adriano Sojobo)
A tradução do termo IAIJUTSU SIGNIFICA:
I – Estado de aguçada percepção.
AI - Harmonia, tranquilidade, fusão entre percepção e agir.
jutsu - Técnica, arte.
O objetivo do IAI é capacitar seu adepto a alcançar um estado de elevada concentração física e mental, podendo até mesmo antecipar aos movimentos de seu oponente, como se estivesse lendo seus pensamentos.
pode-se dizer que seu treinamento é 70% mental e espiritual e só 30% corporal.
por isso que antes de praticar IAI é necessário se praticar o KENJUTSU, pois neste caso o praticante já viria com seu corpo e força de vontade preparados para os rigores do treinamento em IAI.
Isso não significa que o IAI não seja rigoroso nos treinos físicos, pelo contrário, um verdadeiro treino de IAI esgota muito mais que a maioria das práticas utilizadas em outras artes marciais.
O IAI desenvolve o KI (energia psico espiritual) de seu adepto a níveis fantásticos.
o uso do SEME (projeção do KI) pode até mesmo derrotar um oponente sem sequer precisar de se fazer uso da espada. estas práticas infelizmente não podem ser descritas, pois fazem parte do ensinamento HIDEN e naturalmente não devem ser ensinadas a qualquer indivíduo que possa vir a utilizá-las para o mal.
Um verdadeiro mestre de IAI jamais saca prematuramente sua espada e a suja de sangue desnecessariamente um O filme de Akira Kurosawa - ANTES DA CHUVA- AFTER RAIN- AME AGARU, mostra nitidamente os ideais de um verdadeiro iaidoka, uma curiosidade sobre a ficha técnica deste filme é que toda a sua execução técnica em termos de lutas de iai e kenjutsu efetuadas por mestres do KATORI SHINTORYU .
O IAIJUTSU, também já foi chamado através dos tempos de vários nomes diferentes ao longo de sua existência:
TAMESHI NO MICHI (via do testador de espadas)
ZA AI (eficiência de joelhos)
BAKENJUTSU (kenjutsu de cavalaria)
IAWASU JUTSU (arte da ação harmoniosa)
GIKEN JUTSU (arte da rapidez da espada, o sabre severo, punitivo).
NUKI JUTSU (arte do golpe forte)
TSUME AI JUTSU (espada mágica, prodigiosa, arte).
SEIBA TOJUTSU (lutar, esgrimir a cavalo).
HITOKIRI NO JUTSU (a arte de matar e ceifar vidas)
TOJUTSU (técnica de espada)
KUMIGUIRI (a luta do corte supremo).
SAYA NO NAKA (acertando a partir da bainha)
SAYA NO UCHI (golpe com bainha)
O desenvolvimento das formas de IAI, apesar de terem começado a aparecer de forma natural no decorrer dos períodos de guerras feudais, geralmente é atribuído hoje ao grande mestre e um dos maiores gênios do KENJUTSU, HAYASHIZAKI JINSUKE SHIGENOBU 林崎甚助重信 que viveu no século XVI.
HAYASHIZAKI nasceu em SAGAMI (SHOSHU) em 1543, mas viveu a maior parte de sua vida como SAMURAI peregrino.
HAYASHIZAKI era um homem de grande inspiração espiritual e passava longos períodos de isolamento em treinamento austero, buscando desenvolver suas capacidades de verdadeiro SAMURAI existido muitas lendas sobre sua pessoa, e sobre os motivos que o levaram a desenvolver o IAIJUTSU.
Uma delas conta que para resolver uma rixa antiga contra os assassinos de seus pais, HAYASHIZAKI isolou-se nas montanhas em busca de iluminação e força para desenvolver uma técnica capaz de derrotar seus adversários, após inúmeros meses de treinamento austero, HAYASHIZAKI obteve a visão de um KAMI (espírito, mensageiro divino) de nome Hayashizaka Myojin (林崎明神) que teria lhe ensinado que uma espada com um TSUKA e KISSAKI maiores do que os que eram geralmente confeccionados em sua época, (este é o modelo de espada adotado pela maioria dos MESTRES de IAIJUTSU e BATTOJUTSU), lhe daria a vitória facilmente.
Na realidade seu grande mérito foi ter catalogado, reunido e organizado as diversas formas já existentes de NUKIGUIRI, para depois aperfeiçoá-las ao máximo de eficiência através de KATAS e SUBURIS especiais.
Conta-se que ele conseguia cortar vários homens ao meio com um golpe só.
Outra característica de HAYASHIZAKI era o seu forte senso de honra e humanismo (TOKU). Este forte traço em sua personalidade iria marcar profundamente o seu tipo de BUDO.
Ele procurou se afastar das guerras que assolavam o Japão de sua época, sempre em busca do verdadeiro significado do que era ser um SAMURAI (Servir as pessoas necessitadas e as nobres causas, sem buscar glória pessoal ou recompensas). O velho mestre era amado por todas as pessoas nos locais em que costumava habitar (HAYASHIZAKI gostava de peregrinar por diversas províncias, isso explica o seu elevado número de discípulos). Homens, mulheres, camponeses ou nobres, sentiam a força protetora de seu espírito pacifico e forte.
Por muitas vezes ele era solicitado como juiz para resolver e apaziguar disputas de diversos motivos.
Sua forma de ensino e pensamento espalharam-se por diversas províncias, sendo que ele chegou a ter mais de 100.000 alunos diretos ou indiretos.
O próprio YAGYU MATAJURU JUBEI figurou entre um de seus mais ardorosos alunos.
Aos 73 anos, em 1616, HAYASHIZAKI saiu para sua ultima peregrinação espiritual (MUSHA SHUGYO) e desapareceu completamente sem deixar quaisquer vestígios.
Após o período de adaptação das técnicas com referência a coordenação motora do corpo, atenção da mente (poder de focar no exercício) e controle melhor da respiração e emoções, o aluno é levado aprender novas formas técnicas de Iaido e inicio do Iaijutsu, neste momento pode surgir naturalmente o desejo de efetuar o juramento para Keppan onde um comprometimento mais sério com o Caminho do Shin-To (espada divina) é observado e requerido:
Nesta fase são adicionados os conhecimentos de :
Shinden Iaido (Iaido praticado antes da Criação do moderno Seitei Gata) nas formas omote, ura e Guiaku assim como o Bunkai (Kumitachi) onde estudamos a aplicação estratégica e tática do uso do Shinken
Teitoku Nihon Batto Toho – 5 katas e Kumitachi
Uma interessante introdução ao Koryu treinada pelos oficiais do Exercito e Policia Japonesa
Em nosso dojo treinamos a ordem e forma dos katas treinadas na época da I e II guerra mundiais
Após a derrota do Japão, estas formas foram modificadas pela comissão de Ocupação das Forças Aliadas e Ministério da Educação Japonesa e transformadas no atual Zen Nihon Seitei Toho Iai com ordem e Forma de Execução diferentes
As formas antigas são:
Ipo me Mae guiri – Origem Hayashizaki Eishin Ryu
Nihon me Zengo Guiri – Origem Mugai Ryu
San bom me Kiri age – Shindo munen Ryu
Yo hon me Kissaki Gaeshi – Origem Hoki Ryu e Kurama Ryu
Go hon me Shiho Giri – origem Suio Ryu
Toho Kumitachi e Kenjutsu
Temos formas de treinamentos em Teitoku Iai que aprimoram diversas Capacidades com a espada Shinken afiada e interação com ou
12 katas Ura Todos os Katas que estão sentados ficam em pé e todos que estão em pé ficam sentados em seiza ou Tate hiza.
12 Katas Ne Waza, deitados.
12 Katas Hidari te , uso da espada na mão esquerda.
12 Katas Gyaku Waza- são doze formas invertidas nos princípios
12 Katas em Enso – a forma circular, excelente para quem treina artes circulares como Aikido, Ninjutsu, Pakua, Taichi. Shintaiddo, etc.
12 Katas de Iai Kodachi
12 Katas de Nito Iai Kodachi e Daito sacado em conjunto e noto em conjunto.
12 Katas de Tanto Iai
12 katas de Tachi Dori
12 Katas de Atemi
12 Katas tessen iai
12 Katas de Shinken shizue Iaido, habilitação profunda e elevados conhecimentos de estratégia do posicionamento da espada em relação a ação e espera.
12 Katas em Kumitachi (contra, daito, kodachi, tanto, Jo, Yari, Naginata, tessen, Yumi, etc).
12 Tameshi guiri Kihon (fundamentos e bases do Tameshi) Shinbun guiri, Tyu Shin Guiri. Wara Kiri no kirikaeshi.
TAMESHIGUIRI E BATTOJUTSU:
o BATTOJUTSU praticamente se desenvolveu durante as batalhas feudais do Japão (SENGOKU JIDAI). BATTO significa literalmente cortar muito rápido, matar rápido, a idéia do ideograma BA (cavalo) é de simbolizar a velocidade, enquanto que TO significa lâmina, espada, matança.
O BATTOJUTSU constitui em um treinamento especial do IAIJUTSU que visa tornar a lâmina do praticante em uma arma assassina, letal, mortífera e traiçoeira.
O BATTOJUTSU constitui em um treinamento especial do IAIJUTSU que visa tornar a lâmina do praticante em uma arma assassina, letal, mortífera e traiçoeira.
Seus golpes são executados de forma explosiva, e procuram pegar o oponente despreparado ou desprevenido. Era a arte predileta dos assassinos do governo TOKUGAWA (ONIWA NO MONO), claro que não significa que porque treinamos BATTO nossa espada é das trevas ou coisa parecida, muitos grandes mestres de IAI, incluindo HAYASHIZAKI JINSUKE, seu fundador, treinavam BATTO como uma forma de se aperfeiçoarem e conhecerem todas as formas de surpreender ou se evitar ser surpreendido, durante um combate ou duelo.
Muitas vezes o BATTOJUTSU era utilizado como uma forma de atacar em TOCAIA um oponente. Para isso os praticantes de BATTO deveriam aprender a esvaziar completamente sua mente, não emitindo pensamentos e intenções que pudessem ser captadas pelo HARAGEI (sensibilidade, percepção sensorial), de seus oponentes.
Os verdadeiros adeptos de BATTOJUTSU são conhecidos pela espantosa velocidade e ferocidade que suas espadas possuem ao serem sacadas para golpear um ou mais oponentes, sendo normal abaterem o oponente antes que ele se quer percebesse que a espada havia sido sacada e o atingido.
Em noventa e nove por cento dos casos, todo mestre de BATTOJUTSU era um adepto de TAMESHIGUIRI, fato este que elevava a eficiência do uso da espada, que para um GUERREIRO era uma questão vital, pois se caso ele errasse, e por causa de um golpe infeliz fora de ângulo, o mesmo veria-se sem sua espada, que provavelmente se partiria ou estaria retorcida e empenada. Em combate isto seria mortal.
Outro fator era de cunho religioso, constituía-se mau agouro ter suas vestes manchadas pelo sangue de seu oponente, além de falta de classe e eficiência. Os grandes mestres da espada executavam cortes tão perfeitos que muitas vezes o ferimento só sangrava após alguns segundos do ato do corte. Tendo o oponente já tombado sem vida.
Com base na experiencia pessoal de nosso mestre , podemos afirmar que somente estudando o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU com afinco podemos entender a palavra espadachim, sem eles, mesmo treinando o KENJUTSU ou o IAIJUTSU, sua espada não teria a devida eficiência que o BATTO e o TAMESHI proporcionam a seus praticantes. Todo mestre de IAI e Ken deve possuir ao menos algum conhecimento em BATO e TAMESHI para poder conhecer sua espada, saber seus limites, conhecer seus efeitos.
É preciso praticar com um SHINKEN (ESPADA VERDADEIRA) para se conhecer a Arte da Espada a fundo. O SHINAI (espada de bambu) é uma ótima introdução, mas não é o fim.
Em nossa época moderna o BATTOJUTSU e o TAMESHIGUIRI estiveram presentes na academia de oficiais militares do Exército e Marinha de Guerra Japonês (KOBUSHO e TOYAMA RYU) e foram matérias de curso de formação de oficiais das forças armadas durante as 1ª e 2ª guerras mundiais. Tendo sido totalmente proibidas após a derrota do Japão pelos EUA em 1945.
Após o período de ocupação, os expoentes das referidas artes voltaram a se reunirem e criaram entidades de preservação cultural, que visam manter avivadas tais práticas, visto que o moderno Kendo e o Iaido já não possuíam em sua essência tais ensinamentos.
Neste caso vale lembrar o brilhante trabalho efetuado pelo grão mestre de BATTOJUTSU e Ô TAMESHI NO SENSEI “TAIZABURO NAKAMURA”, hoje aos 89 anos, TAIZABURO SENSEI manteve vivo o TOYAMA RYU e diversos estilos de BATTOJUTSU, chegando inclusive a fundar uma federação internacional de BATTO e TAMESHI, onde tais artes já são praticadas fora do Japão em diversos países.
No Japão existe até os dias de hoje, a tradicional prova dos 1000 cortes, realizada no santuário xintoísta de KUMARA DERAN, esta prova reúne todos os anos os maiores mestres da espada no Japão e são realizados verdadeiros prodígios.
Outros santuários importantes para o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU são:
ISE JINGU
KATORI JINGU
KASHIMA JINGU
IAI JINGU
MINATOGAWA JINGU
O termo TAMESHI vem da palavra TAMESU que significa testar, aprovar enquanto que a palavra KIRI ou GUIRI significa cortar. Portanto traduz-se TAMESHIGUIRI como Arte Do Corte Supremo.
O TAMESHIGUIRI começou a tomar independência como uma arte à parte a partir do século XVII, com a criação do cargo de O TAMESHI KAISHAKUNIN (grande expert em cortar, executor oficial).
O KAISHAKU agia como auxiliar nos rituais de SEPPUKKU (suicídio ritual, praticado pelos SAMURAIS para expurgar um ato vergonhoso).
O SEPPUKU sempre foi incompreendido pela maioria dos OCIDENTAIS, que achavam tal ato uma forma de fanatismo ou estupidez.
Muitas vezes ele é erroneamente chamado de HARAKIRI (abrir, cortar a barriga), HARAKIRI é o ato de suicido cometido em qualquer situação, sem nenhuma cerimônia, e geralmente por HAJI (vergonha).
O SEPPUKU tinha outros objetivos mais profundos, era um ato pomposo (O último grande ato de um guerreiro).
Era geralmente acompanhado de declamações de poemas que expressavam a vida do EXECUTADO, sendo que era costume o próprio executado compor seu JISEI (poema de morte), muitas vezes era cometido como um ato de protesto contra determinadas situações sociais ou políticas.
As outras classes que não eram SAMURAIS também cometiam suicídio em defesa de sua honra, neste caso o ato era chamado de JINSHU (suicídio).
O suicídio foi apreciado e aprimorado no Japão devido a forte pressão de seu sistema social em que a vergonha era impossível de se suportar sendo a única saída viável a morte.
Outro fator que deu força ao suicido foram as crenças BUDISTAS da reencarnação e da TERRA PURA, o paraíso onde não haviam mais dores ou sofrimentos.
Não afirmamos que o BUDISMO é uma religião que prega o SUICÍDIO, de forma alguma tais religiões pregam estes aspectos. Apenas apontamos o fato que a crença na reencarnação ajudava os SAMURAIS e se libertarem de seus medos, mesmo quando deveriam tirar a própria vida.
Vale dizer que é preciso muita coragem para se auto-imolar com uma WAKIZASHI, aliás, foi por causa do SEPPUKU que o termo WAKIZASHI se tornou sinônimo deste tipo de espada (ESPADA COMPANHEIRA), ou seja, a espada que não faltava na última hora, na hora da necessidade.
Para um SAMURAI, morrer bem era tão importante quanto viver bem, sendo que, aqueles que cometiam SEPPUKU eram louvados em poemas e canções que perpetuariam o nome do guerreiro por séculos.
Seu golpe deveria ser preciso, pois tal oficial deveria decapitar o praticante de SEPPUKU que se eviscerava com um ou dois cortes sobre a região do baixo ventre (SAIKA TANDEN). Este ato é chamado de JUMONJI HIKARI (cortar a cruz para revelar a luz da pureza).
Para o SAMURAI mostrar o interior de seu HARA (morada da alma) dizia tudo que fosse necessário que um guerreiro deveria dizer.
Após a conclusão do SEPPUKU, a cabeça era então posteriormente mandada para os familiares, onde era examinada minuciosamente para se saber em que estava pensando o EXECUTADO no momento de sua morte, se seus olhos ostentavam serenidade, terror, dor, desespero, raiva, etc. Existiam SAMURAIS especialistas neste tipo de análise.
Os SAMURAIS sempre apreciaram os atos, as ações de um HOMEM e não apenas suas palavras. Este costume acabou por permanecer nas Artes Marciais verdadeiras.
Ao final do segundo corte chamado JUMONJI (a cruz), o KAISHAKUNIN precipitava sua espada em um único e preciso golpe, cortando a região do pescoço e separando a medula cervical, decepando a cabeça do EXECUTADO, por costume, seria de mau agouro decepar a cabeça por inteiro, devendo deixar a mesma presa sob uma fina camada de pele que não era atingida durante o golpe.
Com a ascensão do governo TOKUGAWA no período EDO no XVII, houve grandes expurgos nos clãs guerreiros, principalmente devido a chamada ERA DA PAZ, muitos SAMURAIS se viram sem emprego, reduzidos a condição de RONINS (SAMURAIS desempregados, sem mestres). Muitos escolhiam a morte através do SEPPUKU, ao invés de passarem pela vergonha de perderem seu status de guerreiro.
Politicamente O Governo TOKUGAWA utilizou o SEPPUKU como uma arma punitiva, condenando a morte quem ousasse se opor ao seu regime.
Outro fator que influenciou o TAMESHIGUIRI era as execuções públicas (SHIOKI). Tais execuções visavam punir maus SAMURAIS e qualquer pessoa que tivessem infringido a lei. No Japão Feudal existiam basicamente três formas de pena: A MORTE, O BANIMENTO e TRABALHOS FORÇADOS PERPÉTUAMENTE, ou seja, tudo terminava em morte, pois, ou o criminoso era executado sumariamente, ou o criminoso era banido da sociedade (o que constituía a morte, pois ninguém deveria lhe dar guarida, alimentá-lo, etc, e a maioria acabava se suicidando), ou o criminoso era enviado para o arquipélago de SADO (hoje é um maravilhoso conjunto de ilhas turísticas no estilo Fernando de Noronha), onde era forçado a trabalhar em minas de extração de carvão até sua morte, a maioria não duravam mais de dois anos.
A prisão era um fator somente temporal, onde o criminoso ou infrator aguardava sua sentença.
Um SAMURAI podia julgar e executar sumariamente qualquer pessoa que fosse de uma classe inferior a ele (camponeses, artesãos, comerciantes, etc), caso se sentisse ofendido por alguma ação infeliz oriundas de alguém que lhe era inferior (BUREI MONO).
Estando inclusive previsto no código de leis antigas (O SADAME GAKI). O direito a vingança (KATAKIUCHI).
O EXECUTADO era colocado deitado em uma esteira de palha chamada DODHA ou amarrado e pendurado em um poste (MONODHA) onde seria esquartejado.
Este ato era feito sempre na presença de testemunhas oficiais (METSUKE, BUGYO e OKASHI).
Após a execução, a espada era lavada e purificada, enquanto que os restos mortais dos executados eram dados aos cães ou levados pelos ETA, HININ (literalmente, não humanos, pessoas que estavam abaixo de qualquer classificação social, curtumeiros).
A cabeça permaneceria espetada em uma lança e ficaria a mostra do público, como uma advertência para que ninguém cometesse os mesmos atos do EXECUTADO.
Fazia-se TAMESHI em corpos já mortos (às vezes vivos), somente para se testar espadas (TAMESU MEI TO). Após uma espada ter sido confeccionada, ela era então entregue ao Ô TAMESHI (especialista em corte) local para ser testada, O "Ô TAMESHI NO SENSEI" empilhava então vários corpos, e procurava cortá-los ao meio com um só golpe, feito isto na presença de testemunhas a espada recebia uma nota que ficava gravada no NAKAGO. Esta nota variava indicando a quantidade de corpos a espada cortou com um só golpe (HITO NI BAN - dois corpos, HITO SAN BAN - três corpos, etc).
Uma espada de qualidade deveria cortar pelo menos três corpos com um só golpe, enquanto que as espadas excepcionais, cortavam até sete ou oito corpos com um único golpe. Nos dias de hoje esta prática ainda existe para se testar lâminas só que agora utilizamos rolos de palha e feixes de bambu que são feitos da mesma grossura do tronco humano (WARA), o WARA deve ser preparado cinco dias antes do corte, sendo ele feito de um feixe de bambu verde (que substituirá os ossos), a ele devem ser enrolados a esteira de palha de arroz (TATAMI), deve ser bem preparado e colocado em um tanque com água e óleos especiais para que a esteira adquira a mesma densidade da carne no momento em que for cortada.
Outro teste importante era o corte de elmos de guerra chamado KABUTO WARI, conseguir cortar tais elmos que eram forjados da mesma forma que um KATANA, constituía em verdadeira consagração tanto para a espada quanto para o espadachim que o realizava.
No Brasil os mestres que introduziram estas artes foram:
SENSEI KUNIO ODA – ITTO RYU
SENSEI MITSUGI YOSHIMATSU – SHINTO RYU
SENSEI TSUKIMOTO AKIRA – SHINTO Shinken Bujutsu Tsukimoto Há
SENSEI AWAOKI JIROKICHI– SHINGON MUGEN BATTOJUTSU RYU
O real objetivo de se treinar em nossos dias as práticas antigas do uso real da espada, é de se cultivar o SHIDO (espírito guerreiro, caminho).
A busca através do refinamento espiritual deve ser a parte mais importante de sua meta, O SHIDO representa a união dos ideais do praticante de Bujutsu.
Estes elementos são grandes ideais para que as pessoas se dediquem, mesmo nos dias de hoje, pois quão melhor não seria nosso mundo se tivéssemos governantes que cultivassem ao menos dez por cento destes ideais. O mestre de SHIGON MUGEN BATTO JUTSU sensei AWAOKI dizia “Os problemas humanos se resolvem pela própria humanidade”. Ou seja, é através do aprimoramento do caráter e do espírito humano, que nós poderemos melhorar nosso mundo e nossa sociedade.
SENSEI AKIRA TSUKIMOTO, deixou escrito no Densho de nossa escola : “ KEN (espada) é a bengala da alma, e com ela fica mais fácil nos apoiarmos até que possamos andar sozinhos (quando alcançarmos o SATORI)” .
Outro fator para se aprender o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU, é que tal aprimoramento se faz necessário para aqueles que já seguem algum caminho ligado de alguma forma a espada japonesa:
Em Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Ha não utilizamos pedestais, o wara ou bambu deve estar solto levemente equilibrado pelo seu peso no chão, isso aprimora ao máximos as capacidades do praticante, outra pratica é o Suemonoguiri onde um auxiliar segura o Wara com suas mãos e com isso podemos efetuar cortes simulando o corpo humano , esta pratica requer muito domínio com a espada e seus angulos de corte para não ferir o auxiliar.
Todos os caminhos acima citados têm uma forte relação com o uso do KATANA sendo muitas vezes a razão da existência de tais práticas.
Musso Eishin Ryu Shoden Iaijutsu– 12 Katas e Kumitachi
No nível de Monjin são adicionados os seguintes conhecimentos:
Musso Eishin Ryu Chuden – 10 katas e Kumitachi
Shuriken Jutsu – 4 katas
Kyudo – Heikisha.
Toyama Gakko – 8 Katas e Kumitachi
Keshi Ryu – 5 katas de iaijutsu e 7 Katas de Kenjutsu
Suemonoguiri – waza aplicação de Tameshi e Suemono
Shuriken jutsu – 3 katas
Shiniai Gueiko – Luta com Bokuto e Mogito.
Nito Waza Iai – 16 katas de Nito (usando duas espadas)
Após este período o aluno estará apto a prestar exame de Shoden e adentrar ao aprendizado de Shinto Ryu Tsukimoto Ha
Shinto ryu IAi Batto Shoden – 22 katas e Kumitachi
Shinto Ryu Kenjutsu Awase no Kata– 11 katas de Odachi e 11 katas de Kodachi
Hayshizaki Musso Shinden Eishin Ryu Iaijutsu e Kumitachi formas Okuden e Kaiden
Muitas vezes o BATTOJUTSU era utilizado como uma forma de atacar em TOCAIA um oponente. Para isso os praticantes de BATTO deveriam aprender a esvaziar completamente sua mente, não emitindo pensamentos e intenções que pudessem ser captadas pelo HARAGEI (sensibilidade, percepção sensorial), de seus oponentes.
Os verdadeiros adeptos de BATTOJUTSU são conhecidos pela espantosa velocidade e ferocidade que suas espadas possuem ao serem sacadas para golpear um ou mais oponentes, sendo normal abaterem o oponente antes que ele se quer percebesse que a espada havia sido sacada e o atingido.
Em noventa e nove por cento dos casos, todo mestre de BATTOJUTSU era um adepto de TAMESHIGUIRI, fato este que elevava a eficiência do uso da espada, que para um GUERREIRO era uma questão vital, pois se caso ele errasse, e por causa de um golpe infeliz fora de ângulo, o mesmo veria-se sem sua espada, que provavelmente se partiria ou estaria retorcida e empenada. Em combate isto seria mortal.
Outro fator era de cunho religioso, constituía-se mau agouro ter suas vestes manchadas pelo sangue de seu oponente, além de falta de classe e eficiência. Os grandes mestres da espada executavam cortes tão perfeitos que muitas vezes o ferimento só sangrava após alguns segundos do ato do corte. Tendo o oponente já tombado sem vida.
Com base na experiencia pessoal de nosso mestre , podemos afirmar que somente estudando o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU com afinco podemos entender a palavra espadachim, sem eles, mesmo treinando o KENJUTSU ou o IAIJUTSU, sua espada não teria a devida eficiência que o BATTO e o TAMESHI proporcionam a seus praticantes. Todo mestre de IAI e Ken deve possuir ao menos algum conhecimento em BATO e TAMESHI para poder conhecer sua espada, saber seus limites, conhecer seus efeitos.
É preciso praticar com um SHINKEN (ESPADA VERDADEIRA) para se conhecer a Arte da Espada a fundo. O SHINAI (espada de bambu) é uma ótima introdução, mas não é o fim.
Em nossa época moderna o BATTOJUTSU e o TAMESHIGUIRI estiveram presentes na academia de oficiais militares do Exército e Marinha de Guerra Japonês (KOBUSHO e TOYAMA RYU) e foram matérias de curso de formação de oficiais das forças armadas durante as 1ª e 2ª guerras mundiais. Tendo sido totalmente proibidas após a derrota do Japão pelos EUA em 1945.
Após o período de ocupação, os expoentes das referidas artes voltaram a se reunirem e criaram entidades de preservação cultural, que visam manter avivadas tais práticas, visto que o moderno Kendo e o Iaido já não possuíam em sua essência tais ensinamentos.
Neste caso vale lembrar o brilhante trabalho efetuado pelo grão mestre de BATTOJUTSU e Ô TAMESHI NO SENSEI “TAIZABURO NAKAMURA”, hoje aos 89 anos, TAIZABURO SENSEI manteve vivo o TOYAMA RYU e diversos estilos de BATTOJUTSU, chegando inclusive a fundar uma federação internacional de BATTO e TAMESHI, onde tais artes já são praticadas fora do Japão em diversos países.
No Japão existe até os dias de hoje, a tradicional prova dos 1000 cortes, realizada no santuário xintoísta de KUMARA DERAN, esta prova reúne todos os anos os maiores mestres da espada no Japão e são realizados verdadeiros prodígios.
Outros santuários importantes para o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU são:
ISE JINGU
KATORI JINGU
KASHIMA JINGU
IAI JINGU
MINATOGAWA JINGU
O termo TAMESHI vem da palavra TAMESU que significa testar, aprovar enquanto que a palavra KIRI ou GUIRI significa cortar. Portanto traduz-se TAMESHIGUIRI como Arte Do Corte Supremo.
O TAMESHIGUIRI começou a tomar independência como uma arte à parte a partir do século XVII, com a criação do cargo de O TAMESHI KAISHAKUNIN (grande expert em cortar, executor oficial).
O KAISHAKU agia como auxiliar nos rituais de SEPPUKKU (suicídio ritual, praticado pelos SAMURAIS para expurgar um ato vergonhoso).
O SEPPUKU sempre foi incompreendido pela maioria dos OCIDENTAIS, que achavam tal ato uma forma de fanatismo ou estupidez.
Muitas vezes ele é erroneamente chamado de HARAKIRI (abrir, cortar a barriga), HARAKIRI é o ato de suicido cometido em qualquer situação, sem nenhuma cerimônia, e geralmente por HAJI (vergonha).
O SEPPUKU tinha outros objetivos mais profundos, era um ato pomposo (O último grande ato de um guerreiro).
Era geralmente acompanhado de declamações de poemas que expressavam a vida do EXECUTADO, sendo que era costume o próprio executado compor seu JISEI (poema de morte), muitas vezes era cometido como um ato de protesto contra determinadas situações sociais ou políticas.
As outras classes que não eram SAMURAIS também cometiam suicídio em defesa de sua honra, neste caso o ato era chamado de JINSHU (suicídio).
O suicídio foi apreciado e aprimorado no Japão devido a forte pressão de seu sistema social em que a vergonha era impossível de se suportar sendo a única saída viável a morte.
Outro fator que deu força ao suicido foram as crenças BUDISTAS da reencarnação e da TERRA PURA, o paraíso onde não haviam mais dores ou sofrimentos.
Não afirmamos que o BUDISMO é uma religião que prega o SUICÍDIO, de forma alguma tais religiões pregam estes aspectos. Apenas apontamos o fato que a crença na reencarnação ajudava os SAMURAIS e se libertarem de seus medos, mesmo quando deveriam tirar a própria vida.
Vale dizer que é preciso muita coragem para se auto-imolar com uma WAKIZASHI, aliás, foi por causa do SEPPUKU que o termo WAKIZASHI se tornou sinônimo deste tipo de espada (ESPADA COMPANHEIRA), ou seja, a espada que não faltava na última hora, na hora da necessidade.
Para um SAMURAI, morrer bem era tão importante quanto viver bem, sendo que, aqueles que cometiam SEPPUKU eram louvados em poemas e canções que perpetuariam o nome do guerreiro por séculos.
Seu golpe deveria ser preciso, pois tal oficial deveria decapitar o praticante de SEPPUKU que se eviscerava com um ou dois cortes sobre a região do baixo ventre (SAIKA TANDEN). Este ato é chamado de JUMONJI HIKARI (cortar a cruz para revelar a luz da pureza).
Para o SAMURAI mostrar o interior de seu HARA (morada da alma) dizia tudo que fosse necessário que um guerreiro deveria dizer.
Após a conclusão do SEPPUKU, a cabeça era então posteriormente mandada para os familiares, onde era examinada minuciosamente para se saber em que estava pensando o EXECUTADO no momento de sua morte, se seus olhos ostentavam serenidade, terror, dor, desespero, raiva, etc. Existiam SAMURAIS especialistas neste tipo de análise.
Os SAMURAIS sempre apreciaram os atos, as ações de um HOMEM e não apenas suas palavras. Este costume acabou por permanecer nas Artes Marciais verdadeiras.
Ao final do segundo corte chamado JUMONJI (a cruz), o KAISHAKUNIN precipitava sua espada em um único e preciso golpe, cortando a região do pescoço e separando a medula cervical, decepando a cabeça do EXECUTADO, por costume, seria de mau agouro decepar a cabeça por inteiro, devendo deixar a mesma presa sob uma fina camada de pele que não era atingida durante o golpe.
Com a ascensão do governo TOKUGAWA no período EDO no XVII, houve grandes expurgos nos clãs guerreiros, principalmente devido a chamada ERA DA PAZ, muitos SAMURAIS se viram sem emprego, reduzidos a condição de RONINS (SAMURAIS desempregados, sem mestres). Muitos escolhiam a morte através do SEPPUKU, ao invés de passarem pela vergonha de perderem seu status de guerreiro.
Politicamente O Governo TOKUGAWA utilizou o SEPPUKU como uma arma punitiva, condenando a morte quem ousasse se opor ao seu regime.
Outro fator que influenciou o TAMESHIGUIRI era as execuções públicas (SHIOKI). Tais execuções visavam punir maus SAMURAIS e qualquer pessoa que tivessem infringido a lei. No Japão Feudal existiam basicamente três formas de pena: A MORTE, O BANIMENTO e TRABALHOS FORÇADOS PERPÉTUAMENTE, ou seja, tudo terminava em morte, pois, ou o criminoso era executado sumariamente, ou o criminoso era banido da sociedade (o que constituía a morte, pois ninguém deveria lhe dar guarida, alimentá-lo, etc, e a maioria acabava se suicidando), ou o criminoso era enviado para o arquipélago de SADO (hoje é um maravilhoso conjunto de ilhas turísticas no estilo Fernando de Noronha), onde era forçado a trabalhar em minas de extração de carvão até sua morte, a maioria não duravam mais de dois anos.
A prisão era um fator somente temporal, onde o criminoso ou infrator aguardava sua sentença.
Um SAMURAI podia julgar e executar sumariamente qualquer pessoa que fosse de uma classe inferior a ele (camponeses, artesãos, comerciantes, etc), caso se sentisse ofendido por alguma ação infeliz oriundas de alguém que lhe era inferior (BUREI MONO).
Estando inclusive previsto no código de leis antigas (O SADAME GAKI). O direito a vingança (KATAKIUCHI).
O EXECUTADO era colocado deitado em uma esteira de palha chamada DODHA ou amarrado e pendurado em um poste (MONODHA) onde seria esquartejado.
Este ato era feito sempre na presença de testemunhas oficiais (METSUKE, BUGYO e OKASHI).
Após a execução, a espada era lavada e purificada, enquanto que os restos mortais dos executados eram dados aos cães ou levados pelos ETA, HININ (literalmente, não humanos, pessoas que estavam abaixo de qualquer classificação social, curtumeiros).
A cabeça permaneceria espetada em uma lança e ficaria a mostra do público, como uma advertência para que ninguém cometesse os mesmos atos do EXECUTADO.
Fazia-se TAMESHI em corpos já mortos (às vezes vivos), somente para se testar espadas (TAMESU MEI TO). Após uma espada ter sido confeccionada, ela era então entregue ao Ô TAMESHI (especialista em corte) local para ser testada, O "Ô TAMESHI NO SENSEI" empilhava então vários corpos, e procurava cortá-los ao meio com um só golpe, feito isto na presença de testemunhas a espada recebia uma nota que ficava gravada no NAKAGO. Esta nota variava indicando a quantidade de corpos a espada cortou com um só golpe (HITO NI BAN - dois corpos, HITO SAN BAN - três corpos, etc).
Uma espada de qualidade deveria cortar pelo menos três corpos com um só golpe, enquanto que as espadas excepcionais, cortavam até sete ou oito corpos com um único golpe. Nos dias de hoje esta prática ainda existe para se testar lâminas só que agora utilizamos rolos de palha e feixes de bambu que são feitos da mesma grossura do tronco humano (WARA), o WARA deve ser preparado cinco dias antes do corte, sendo ele feito de um feixe de bambu verde (que substituirá os ossos), a ele devem ser enrolados a esteira de palha de arroz (TATAMI), deve ser bem preparado e colocado em um tanque com água e óleos especiais para que a esteira adquira a mesma densidade da carne no momento em que for cortada.
Outro teste importante era o corte de elmos de guerra chamado KABUTO WARI, conseguir cortar tais elmos que eram forjados da mesma forma que um KATANA, constituía em verdadeira consagração tanto para a espada quanto para o espadachim que o realizava.
No Brasil os mestres que introduziram estas artes foram:
SENSEI KUNIO ODA – ITTO RYU
SENSEI MITSUGI YOSHIMATSU – SHINTO RYU
SENSEI TSUKIMOTO AKIRA – SHINTO Shinken Bujutsu Tsukimoto Há
SENSEI AWAOKI JIROKICHI– SHINGON MUGEN BATTOJUTSU RYU
O real objetivo de se treinar em nossos dias as práticas antigas do uso real da espada, é de se cultivar o SHIDO (espírito guerreiro, caminho).
A busca através do refinamento espiritual deve ser a parte mais importante de sua meta, O SHIDO representa a união dos ideais do praticante de Bujutsu.
Estes elementos são grandes ideais para que as pessoas se dediquem, mesmo nos dias de hoje, pois quão melhor não seria nosso mundo se tivéssemos governantes que cultivassem ao menos dez por cento destes ideais. O mestre de SHIGON MUGEN BATTO JUTSU sensei AWAOKI dizia “Os problemas humanos se resolvem pela própria humanidade”. Ou seja, é através do aprimoramento do caráter e do espírito humano, que nós poderemos melhorar nosso mundo e nossa sociedade.
SENSEI AKIRA TSUKIMOTO, deixou escrito no Densho de nossa escola : “ KEN (espada) é a bengala da alma, e com ela fica mais fácil nos apoiarmos até que possamos andar sozinhos (quando alcançarmos o SATORI)” .
Outro fator para se aprender o TAMESHIGUIRI e o BATTOJUTSU, é que tal aprimoramento se faz necessário para aqueles que já seguem algum caminho ligado de alguma forma a espada japonesa:
Em Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Ha não utilizamos pedestais, o wara ou bambu deve estar solto levemente equilibrado pelo seu peso no chão, isso aprimora ao máximos as capacidades do praticante, outra pratica é o Suemonoguiri onde um auxiliar segura o Wara com suas mãos e com isso podemos efetuar cortes simulando o corpo humano , esta pratica requer muito domínio com a espada e seus angulos de corte para não ferir o auxiliar.
Todos os caminhos acima citados têm uma forte relação com o uso do KATANA sendo muitas vezes a razão da existência de tais práticas.
Musso Eishin Ryu Shoden Iaijutsu– 12 Katas e Kumitachi
No nível de Monjin são adicionados os seguintes conhecimentos:
Musso Eishin Ryu Chuden – 10 katas e Kumitachi
Shuriken Jutsu – 4 katas
Kyudo – Heikisha.
Toyama Gakko – 8 Katas e Kumitachi
Keshi Ryu – 5 katas de iaijutsu e 7 Katas de Kenjutsu
Suemonoguiri – waza aplicação de Tameshi e Suemono
Shuriken jutsu – 3 katas
Shiniai Gueiko – Luta com Bokuto e Mogito.
Nito Waza Iai – 16 katas de Nito (usando duas espadas)
Após este período o aluno estará apto a prestar exame de Shoden e adentrar ao aprendizado de Shinto Ryu Tsukimoto Ha
Shinto ryu IAi Batto Shoden – 22 katas e Kumitachi
Shinto Ryu Kenjutsu Awase no Kata– 11 katas de Odachi e 11 katas de Kodachi
Hayshizaki Musso Shinden Eishin Ryu Iaijutsu e Kumitachi formas Okuden e Kaiden
Houkushi Noh Itto Ryu - todos os os Kata
Kashima Tsohiushi Batto Jutsu - todos os Kata
Katori Shinto Ryu Iaijutsu - todos os Kata
Yagyu Seigo Ryu Batto - todos os Kata
Para outras curiosidades e informações
http://en.wikipedia.org/wiki/Iaido
http://nikkeypedia.org.br/index.php/Iaijutsu
Kashima Tsohiushi Batto Jutsu - todos os Kata
Katori Shinto Ryu Iaijutsu - todos os Kata
Yagyu Seigo Ryu Batto - todos os Kata
Para outras curiosidades e informações
http://en.wikipedia.org/wiki/Iaido
http://nikkeypedia.org.br/index.php/Iaijutsu
Sojobo Sensei, esse texto já faz parte do meu dencho de cabeceira. Domou Arigatou!
ResponderExcluirOla Irmão, obrigado é sempre um prazer receber seus comentários
ResponderExcluirComo faz inscrição?
ResponderExcluir