A Arte de se Mover para o Combate nas Artes Marciais
Yoshinori Kono sensei é um homem singular dentre as Artes Marciais Japonesas , para muitos sábios um gênio para outros, uma pessoa que quer derrubar os alicerces das instituições modernas de Artes Marciais (moderno Budo Esportivo).
Ele passou 30 anos pesquisando e estudando antigos manuais e Denshos de diversos estilos antigos de Artes Marciais clássicas do Japão, China e Índia, nomes como Kashima Shinto Ryu, Yagyu Shinkage Ryu, Chujo Ryu, Estilos de ninjutsu de Iga e Kouga, Tratados de Monges Shaolin e Wudang, Budismo esotérico, dentre outros escritos filosóficos e descobriu a quintessência da percepção corporal no movimento humano e como ela se manifesta traduzindo-se em movimento eficaz e espontâneo,
Um ponto interessante no ensino de Kono sensei, é que ele se dedica a reeducar atletas de competição, pois ele acredita que o primeiro passo para reintegração do homem com a percepção Divina de seu corpo é simplesmente mostrar, educar. Para algumas pessoas isso pode parecer estranho ou comercial, mas Kono sensei disse que seu objetivo é ensinar e se o erro esta em tal lugar é para lá que eu tenho de ir, coragem não me falta. Meu mestre tentou isso por anos no Renmei Kendo e acabou desistindo.
A Palavra Tatsujin significa para os Samurais o que não pode ser derrotado, para alcançar Tatsujin temos de encontrar Meijin , a vitória sobre nós mesmos, sobre nosso ego, sobre nossa sombra, Tatsujin é a arte da sobrevivência, não é a arte de alcançar fama e glória.
Tatsujin leva ao estado de Meijin o que é vitorioso sobre seu Ego, aquele que alcançou a harmonia universal e calou seu conflito interno.
Kono sensei não fica apenas na esfera da crítica aos Modernos Caminhos, ele interage com Qualquer praticante de uma arte ou esporte modernos e prova de A a Z seus erros na execução das técnicas, a forma como ele prova; Maior Eficiência quando comparado o antigo método com o moderno, Menos Esforço para alcançar o resultado pretendido, nos dias de hoje formou-se um mito de que o Samurai se matava de treinar para lutar em uma batalha, isso é totalmente incorreto, os treinos eram constantes sim, severos do ponto de vista de disciplina e atenção, visavam fortalecer o corpo e a mente, a focar e a perder o medo, mas não destruíam o corpo do praticante, apesar de serem comuns ferimentos devido ao uso de armas, no geral evitava-se ferimentos pois um guerreiro com soldo ferido além do custo, era um guerreiro a menos na frente de batalha, como diz Sun Tzu guerra é contabilidade e administração dos recursos, não é fanatismo ardoroso cego!
o corpo do praticante ao atacar men esta por demais esticado, o angulo dos braços estão esticados demais e isso provoca tensão nos ombros, a pegada nas extremidades do cabo só produzem eixo de alavanca mas não produzem eixo de corte.
Então Kono sensei em suas pesquisas comparou o que se ensina em termos de movimento, técnica corporal e obtenção de uma consciência superiora em Kendo, Aikido, Judo, Karate e outros esportes até mesmo o Golfe, Baisebal, Futebol, Dança, Rugby, foram observados, ele praticamente observou tudo que fazemos, desde o simples andar e mover os braços, que é totalmente improdutivo do ponto de vista de uso de nossa energia como em como nosso sentamos, gesticulamos, lutamos, olhamos, reagimos, tudo foi observado pelos antigos mestres e tudo foi re-observado por Kono sensei.
Como vemos nesta foto a posição de corte é totalmente incorreta do ponto de vista de uma espada real
Os samurais e antigos guerreiros do Japão como os Sohei, Yamabushi e Shinobi não viam os Caminhos como vemos hoje modernamente como exemplo do Kendo, Kyudo, Judo, Iaido, etc, tudo era parte de um todo esse todo, essa ciência única de combate que engloba pelo menos 18 artes marciais (bujutsu juhappan) e 4 artes artisiticas perfazendo 22 artes no mínimo era chamado Sogo Bujutsu.
Eu tomei ciência do trabalho maravilhoso de Kono sensei há 14 anos, quando em uma conversa com Tsukimoto sensei ele me mostrou como a forma de segurar uma espada ou uma lança de verdade (principalmente o Naginata), diferem da forma como seguramos em Kendo ou Iaido moderno, ele me mostrou um livro interessante de autoria de Kono sensei chamado Bujutsu Wo Kotaru, editado em 1987 , sensei Akira sorriu para mim e disse, Viu, não sou só eu que penso assim”.
Kono sensei mostra em seu trabalho que em centenas de antigos manuais apesar dos estilos serem diferentes, eles convergem para uma só linha de pensamento simples na execução das técnicas:
· Jogo de peso In Yo,
· Uso do Pé In Yo.
· Pequenas variações podem levar a vida ou a morte (é mais perigoso o sutil e o que está oculto, do que o que esta aparente escancaradamente a vista)
· Não torcer o tronco e evitar desperdício de energia
· Não ficar duro e tenso e evitar desgaste da ação
· Não ficar parado, engessado, manter a pegada, ou o corpo em estado de flexibilidade
· Não se mover desnecessariamente, quanto mais movimento, mais energia exterior, menos Ki, menos energia interior
· Tudo esta no Espírito, no Coração (sentimentos) e nos pensamentos (Mente), disto resulta nosso corpo Marcial
Em minha obra, Curso Para Tameshiguiri (CD ROM) eu já havia descrito isso a 10 anos atrás, quando mostrei que a pegada para Tameshi é muito diferente da forma como se segura um shinai. Não dá para cortar algo com precisão e potencia segurando a espada como da forma de eixo preconizada pelo Kendo Esportivo, katana não é uma enxada, não funciona como um machado, tem de se ter um golpe circular perfeito para o fio da espada ir rompendo a superfície de corte sem exagerar no impacto! Outra questão está nos braços e ombros, a forma antiga de tameshi produzia um alinhamento mais natural, mais relaxado, o que permite ao guerreiro cortar milhares de vezes sem ter câimbras, dores nos músculos e braços, ombros congestionados e com isso mais gasto de energia ao produzir o movimento, o alinhamento de braços na antiguidade era similar ao usado em Tai Chi, Aikijujutsu ou no Nô.
Vemos este detalhe na questão do chibori nos golpes de espada, lança ou bastão, chibori não é torcer o cabo da lamina, é somente aumentar levemente a pressão da pegada na hora do impacto do golpe, sem desalinhar os pulsos.
Sensei Adriano, Odo grande golpe na horizontal, braços relaxados, pegada para tameshi, espirito decidido , suemonoguiri sem pedestal, Dojo de Moema, no curso de Enso Iai
A questão dos braços também difere e muito, em kendo moderno os ombros ficam sempre tensos e os braços são esticados para se golpear com o shinai mantendo os cotovelos tensos e duros pois estão permanentemente esticados na hora do golpe e isso não acontece quando se usa uma espada verdadeira em uma batalha.
Eu aprendi de meus mestres a se mover em nanba ashi, em não mover os braços dessincronizados do movimento do tronco e pés, todo o corpo tem de se mover unificado, isso é o cerne do Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Há, corpo mente e espírito unificados (Ki Shin Tai).
No kendo moderno se busca esta unificação, mas ela não pode acontecer, Kono sensei mostra o porque disso, em Kendo moderno utiliza-se em 95% dos movimentos o okuriashi em migi (pé direito a frente, pé esquerdo recuado) e se anda em sobre passo, naturalmente não andamos assim em nosso dia a dia, portanto não é um andar natural de nosso corpo. Mas este ponto de vista foi sempre o do Kendo? A resposta é não... Estilos antigos usam o chamado Yn Yo Ashi, o andar o mais natural possível, Musashi advogava que devemos usar a espada como se anda normalmente na rua!
Por que o Kendo moderno escolheu este tipo de andar?
Para atender as necessidades do esporte e limitar os movimentos em detrimento das regras pré estabelecidas pela Comissão de Artes Marciais formada pelo Governo de Ocupação (SCAP) no pós II Guerra Mundial.
Sensei Akira Tsukimoto nos fazia andar por horas, andar como um guerreiro, este andar era desprovido de intenção, e totalmente preenchido de consciência, de percepção de cada movimento, ele dizia ao andar na rua mantenha as mãos em koboshi (como o andar do Nô) e pense no kiai Tô, podem até ir pronunciado Tô em cada passo que derem, isso fortalecera seu Ki e sua capacidade de percepção (Haragei).
Outro ponto que observamos que é corrigido mesmo pelos mestres de Kendo Esportivo é o chamado “Kendo de Balançar a cabeça” , ou seja quando alguém recebe um golpe sobre a cabeça (men), ao invés de esquivar-se com o corpo todo, o praticante apenas desvia a cabeça inclinando o tronco do corpo para evitar o ponto valido, é a mentalidade esportiva em ação, o praticante esquece que o outro esta com uma espada nas mãos e que o golpe mesmo não o tendo acertado na área de pontuar, cortou sua têmpora ou artéria jugular.
Em Shinto ryu por não treinarmos com proteção (bogu) cada mínimo toque da espada do oponente deve ser evitado, aprendi de meus mestres que em Budo de verdade basta um corte em uma artéria e acabou a luta! Então cada esquiva tem de ser com corpo inteiro, cada a ataque idem, mas não é apenas o corpo físico que se move, em Bujutsu antigo aprende-se a mover primeiramente o corpo de Luz, o corpo Astral , para depois mover o corpo físico, essa importante vivencia eu obtive treinando Taikyoku Ken e Daito Ryu Aikijujutsu, ambas as artes primam pela concentração do movimento do Corpo Espiritual, o corpo de Ki , de energia pura que anima nosso corpo físico e faz com que ele se mova na rapidez de um raio!
É uma perspectiva diferente do treinamento meramente físico, pois somos espíritos vivenciando uma experiência terrena humana e não o inverso. Então, nas artes marciais verdadeiras, este axioma espiritual não poderia de ser a expressão da verdade, em nosso treinamento correto diário, é o espírito que deve ser treinado, o foco é na consciência superiora, se focamos no corpo físico, nosso Ego vai se tornar uma carapaça intransponível, isso infelizmente ocorre em diversas vertentes de artes marciais.
Em Taikyoku Ken (Taichi) quanto menos nos preocupamos com nosso corpo físico, quanto mais atenção damos ao sistema de energias internas (orbita micro cósmica) e o sistema de energias externas (Aura, corpo de Luz), mais despertamos o corpo imortal de luz.
Outro detalhe é que em centenas de antigos manuais de Artes Marciais se demonstra que um praticante mais fraco, frágil, até idoso pode com a técnica e percepção de movimento (enfoque) corretos, vencer facilmente um praticante ,mais novo, mais ágil, mais forte, e é obvio que uma pessoa idosa não pode conseguir isso com métodos modernos desportivos como vemos hoje.
Lembro-me de minha experiência dando aulas para alunos com idade acima de 50 anos, tenho alunos de Taichi que facilmente se enquadram no que hoje se chama de Terceira Idade (65, 75 anos) e que nunca tiveram atividade física ou mesmo Marcial, e com 6 meses de treinamento com objetivo espiritual, recobram usa flexibilidade, força e agilidade.
Um Caso em especifico me vem a memória, uma de minhas alunas, uma senhora de 68 anos de idade, com 1,65 metros de altura, 58 kilos de peso, professora aposentada, nunca fez atividades físicas marciais, quando entrou para treinar comigo, não conseguia sentar ajoelhada, já havia perdido mais de 50% de sua flexibilidade nos braços, pernas e coluna, tinha uma coordenação motora praticamente nula e achava que não conseguiria aprender o Kata da forma Niju Hachi (Vinte e oito movimentos). Durante oito meses treinamos a forma e o Chikung para elevar seus níveis de concentração e percepção, ela errava varias posturas e se desesperava, eu lhe dizia, não se preocupe, apenas faça a forma, mantenha a concentração no corpo de Luz, mantenha o foco em seu interior, o corpo físico nós vamos corrigindo pouco a pouco, quando você menos esperar, vai estar fazendo o movimento corretamente e sem se preocupar, naturalmente, pequenas correções aqui e ali vão sendo feitas para não se dar maus costumes e hábitos incorretos na pratica, mas fora isso, mantenha o foco em seu espírito, não ligue para o corpo físico, a arte aparecerá por si só.
No final do ano ela foi fazer compras em São Paulo, e quando estava passando no Viaduto do Chá, foi atacada por um assaltante, um trombadão que tentou lhe derrubar e tirar-lhe sua bolsa, ela então instintivamente ao ser atacada, usou o movimento Grande Urso mostra sua força e arremessou o Trombadão (um rapaz forte, de uns 25 anos aproximadamente com mais de 1,85 metros de altura e uns 90 kilos de peso) fazendo-o cair de cara no chão! Disse-me sua irmã, uma outra senhora de 59 anos que na hora da ação ela nem viu direito o que estava acontecendo, ela simplesmente viu o rapaz voando e sua irmã em postura de Taikyoku Ken com o Zanshin alerta olhando para o rapaz estatelado no chão, o mais engraçado segundo sua irmã foi o rosto do rapaz que ficou procurando o furacão que o lançou no chão e não acreditava que foi uma amável senhora indefesa com uma bolsa agarrada em seus braços que o derrubou 3 metros a frente! Quando elas me contaram isso, elas davam pulso de alegria parecendo crianças dizendo, Sensei, Sensei, eu consegui, consegui!
Então podemos ver que o treinamento correto não é fazer milhares de exercícios extenuantes, levantamento de pesos,
Em artes Marciais modernas o que mais vemos são pessoas lesionadas devido a pratica do esporte ou modalidade, no geral ombros, joelhos, cotovelos, quadril, pescoço e tornozelos são destruídos em prol do aprimoramento, força física em excesso e posições antinaturais são aplicadas para “fortalecer”, e a curto prazo até fazem isso, mas o fortalecimento profundo oriundo do alongamento e flexibilidade, a pratica do cultivo da energia é colocada em segundo ou até mesmo terceiro plano, o que deveria ser ao contrário.
Como disse antes, um guerreiro, não era tolo para se machucar antes da batalha, os manuais antigos de Bujutsu assim o ensinam
”Qualquer Guerreiro que não souber preservar seu corpo, para que o mesmo esteja digno e apto de representar seu Senhor, de segurar seu Estandarte, e não dar as costas diante da Batalha, não é digno de ser chamado de Guerreiro”.
Como Samurais detestavam tomar broncas e serem censurados por negligencia, eles evitavam ferir-se ou estarem indispostos por qualquer motivos que o fossem, para que no dia D, na hora H, eles pudessem dar seu máximo para vencerem a guerra.
Para se justificar os exageros de treinamento de massas como vemos no advento da Primeira e Segunda Guerra Mundiais, o Governo Japonês incentivou diversos filmes e novelas sobre os Samurais e lá colocou todo tipo de propaganda para que a população acredita-se em seus ditames, lá colocou que os Samurais treinavam como fanáticos e se matavam de treinar, ( O governo precisava de soldados treinados, de pessoas comuns sem disciplina que deveriam ser treinados maciçamente em breve período de 6 meses) e naturalmente vemos nestas novelas este pseudo culto aos Samurais, mesmo filmes como os de Akira Kurosawa são parodias, inspirações do próprio autor, são a sua forma de ver os Samurais, outro caso clássico disse erro foi a novela Musashi de Eiji Yoshikawa, uma ficção em que o autor pesquisou sobre o personagem histórico, mas foi fruto de sua inspiração e teatralidade, o próprio autor disse em uma entrevista que seus contos (inicialmente Musashi foi publicado em forma de Contos para o Jornal de Domingo do Asahi Shinbun e foi um grande sucesso nos anos 30 ) e isso acabou se tornando uma verdade até mesmo para quem treinava Kendo (fazem isso até hoje). Eu particularmente adoro estes filmes , livros e novelas, mas sei separar entretenimento de história. Um fato curioso é que os filmes de Kurosawa, Osu e Oshima não agradavam muito a idéia que o governo queria expor, eles foram os primeiros a mostrarem que Samurais eram seres humanos, amavam, cometiam traição, tinham ambições, questionavam, medo, esperança, cada um destes mestres mostrou facetas pouco apreciadas para quem queria transformar sua nação em uma nação belicosa e dominadora (estes fatos culminaram com a vil expansão japonesa na Ásia que só terminou com a derrota do Japão na Segunda guerra mundial, a custo de duas bombas atômicas e milhões de pessoas mortas).
Naturalmente que Samurais treinavam forte e duramente, mas com sabedoria, com harmonia, com objetivos corretos, não inúteis... e O foco principal é no Corpo Espiritual (Shin Tai).
Até hoje em Shinto Ryu Shinken Bujutsu Tsukimoto Há, temos uma pratica que foi criada pelo Mestre Yamaoka Tesshu onde em cada Kangeiko aumentamos 1000 golpes de Choyaku Suburi feitos com Bokuto ou Katana, isso começou em 1000 e atualmente em cada Kangeiko batemos 24.000 choyaku suburi , esse treinamento começa no inverno na madrugada, primeiro vamos para uma piscina com água a menos de 0º , meditamos em Tumo (Tantra) depois, no alto da serra a uma temperatura de 5 graus passamos a noite inteira batendo choyaku vigoroso, no meio dos golpes ainda cantamos shiguin alegremente, só paramos quando o dia amanhece, e esse treinamento espiritual vai por 3 dias, um dia de suburi, um de kata, um de waza e shiniai, kyudo, jojutsu, sojutsu, naginata, taikyoku Ken, Zazen e meditação shikan. Fazemos isso todo ano, mas o segredo de se fazer isso de forma benéfica é a sintonização, a meditação, o foco no espiritual, já vi pessoas passarem mal em treinamentos severos como esse pelo fato de estarem querendo forçar o corpo a produzir o que não poderá produzir mais. O foco é o espírito, não é uma prova para saber quem faz mais forte, mais vezes, isso é outra tentação do Ego. Quando focamos no espírito, nosso corpo agüenta qualquer carga quando necessário.
O mestre deve saber evocar a força dos alunos, colocá-los em sintonia perfeita, deve saber os Caminhos da Mente Coletiva para fazer com que alunos com pouco tempo de treinamento consigam render seu máximo. no Kangeiko de 2010 duas alunas novas minhas, uma com menos de 6 meses e na faixa dos 50 anos bateu 8.000 golpes através do estado meditativo correto e só parou por que eu havia insistido que parasse e ela me sorria dizendo que estava bem, tranqüila e que queria continuar!
Então do ponto de vista de um simples foco em como nos movimentamos, em uma simples mudança de percepção de nossos movimentos, podemos despertar a consciência superior, podemos chegar a iluminação.
Muitas vezes aqui no Brasil, disseram que só o sensei Akira via o Kendo da forma como ele dizia que era, mas a verdade como vemos aqui neste artigo, há vários mestres no Japão tem a mesma visão e lutam pelos mesmos ideais.
Gostaria de convida-los para assistir este especial produzido pela NHK japonesa em conjunto com a BBC Inglesa sobre Budo e Bujutsu chama-se Samurai Spirit , os quatro capítulos abaixo tratam de Kobudo (Bujutsu) o Caminho Antigo, veremos Kashima Shinto Ryu de Tsukahara Bokuden (gravado no templo Kashima no Japão), Suio Ryu e Kono sensei:
Nos dias atuais, ocorre um fenômeno interessante, as praticas modernas , esquecidas de suas origens, quando observam estas idéias, a combatem com uma postura de descrédito, desconfiança ou desdém, é como se a mãe e o pai tivesse de dizer a seus filhos que eles sabem de tudo e portanto podem seguir do jeito que bem entenderem e ainda mais, perdoe-nos por tentarmos lhes aconselhar! Bem, isso infelizmente acontece em nossas famílias, imagine na relação Arte Antiga, Arte nova! Lembrando de um trecho de uma musica de Caetano Veloso, “Alguma coisa esta fora da Ordem...Fora da Nova Ordem Mundial...
Kono sensei em sua luta para preservar e mostrar o Caminho Correto, criou em 1978 a Shoseikan Bujutsu Keiko Kenkyukai, uma Associação de Mestres Pesquisadores Livres para Formação Marcial, alguns acham que ele criou um estilo ou algo novo, mas o que ele fez, segundo suas próprias palavras foi apenas ler os textos antigos, interpretar suas chaves e aplicar com profundidade e percepção buscando elevar sua consciência.
Outro grande mestre que não posso deixar de citar seu nome, esforço e dedicação ao Koryu é Tetsuzan Kuroda sensei onde pretendo posteriormente postar um artigo sobre suas considerações e perspectivas inovadoras em Koryu e Kobudo.
Domo Arigato Gozaemashita, Kono sensei e Kuroda sensei , pela sua generosidade e espírito inabalável todos estes anos, o bujutsu clássico e moderno agradecem.
Gasho para todos.